Pesquisa inédita mapeia os desafios de saúde mental em universidades brasileiras

O Brasil inicia no mês de março, de forma inédita, o seu primeiro Estudo Nacional de Saúde Mental nas Universidades (Enasam-U). A pesquisa será realizada com estudantes e servidores de 50 universidades públicas de todo o Brasil, com idades entre 18 e 75 anos, e tem como ponto de partida o ambiente acadêmico de universidades da Região Sul do país.

Com o lema “Por uma comunidade acadêmica saudável”, o estudo busca compreender os efeitos e os desafios de saúde mental enfrentados nas universidades para direcionar esforços na construção de uma academia mais acolhedora, inclusiva e produtiva. Para isso, os pesquisadores irão coletar informações detalhadas em dois momentos: primeiro, com o envio de um questionário online por e-mail para 100 estudantes e 200 servidores (técnico-administrativos e docentes) selecionados por sorteio aleatório a partir de 24 de março; posteriormente, farão entrevistas diagnósticas pela plataforma Telessaúde para avaliação da saúde mental.

A pesquisa tem a coordenação nacional da UFRGS, por meio do pró-reitor de Pesquisa da Universidade, Flávio Kapczinski, que enfatiza a importância de compreender a realidade da saúde mental nas universidades. “Conhecer esse cenário nos permitirá ter um panorama representativo da realidade brasileira, o que certamente apoiará no redirecionamento de políticas públicas no campo da Saúde Mental, em âmbito regional e nacional”, explica ele.

Na Região Sul, foram sorteadas dez universidades públicas que representarão toda a comunidade acadêmica. São elas: UFRGS, Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Abrangência nacional

Ao todo, serão coletados dados em 50 universidades públicas em todo o território nacional, sendo esperada a participação de 15 mil voluntários, 300 de cada universidade. O estudo segue todos os critérios éticos e assegura privacidade e confidencialidade dos participantes, e se iniciará, em cada localidade, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.

Para viabilizar o rastreamento em todo o território nacional, foi consolidada a Rede Nacional de Saúde Mental (Renasam), que tem um importante papel de articular grupos de pesquisa para desenvolvimento e inovação em saúde mental. Além disso, a Rede visa conduzir estudos inovadores e disseminar informações atualizadas para aumentar a conscientização sobre o tema e romper o estigma associado a tais problemas.

Sobre a Rede Nacional de Saúde Mental (Renasam)

A Renasam é uma rede de pesquisa, que tem como objetivo desenvolver, articular, multiplicar e disseminar conhecimento científico e tecnológico na área de Saúde Mental. Lançada em maio de 2024, a Rede conta com 50 pesquisadores de todas as macrorregiões brasileiras.

Nos próximos dois anos, serão realizados dois grandes projetos: o Enasam-U e o Enasam. O segundo estudo será o primeiro a avaliar a frequência de diagnósticos de saúde mental em todo o território nacional. Serão realizadas 8 mil entrevistas de triagem presencial conduzidas em domicílios selecionados aleatoriamente. Em seguida, será feita uma entrevista online síncrona conduzida em uma subamostra aleatória de indivíduos que responderam à triagem.

Saiba mais em www.renasam.com e no Instagram: @rederenasam.

Acesse as informações da pesquisa clicando aqui.

Fonte: UFRGS Notícias.

Arte: Bruna Fiel e Júlia Silva.